Curiosidade sobre o carro elétrico que nunca te contaram

Curiosidade sobre o carro elétrico que nunca te contaram
Carro elétrico tem marcha ré?
Para responder a essa pergunta, vamos primeiro relembrar como funciona o sistema de marcha a ré de um carro convencional a combustão. Afinal, é aí que reside a resposta para essa questão.
Como funciona a marcha a ré em carros a combustão?
Em um carro comum, não eletrificado, o que dá a ele a capacidade de se mover para trás é apenas uma única roda dentada. Isso mesmo, uma só roda dentada que faz todo esse trabalho.
E a sua única e exclusiva função é inverter o sentido de rotação do torque produzido pelo motor, e isso ocorre de uma maneira interessante.
Quando temos duas rodas dentadas engrenadas, chamamos isso de par de engrenagens, e sua transmissão de movimento ocorre quando uma gira em um sentido, que chamamos de motora, e a outra gira obrigatoriamente no sentido inverso, a qual chamamos de movida.
Então, já sabemos que o torque, para ser transmitido de um eixo para o outro através de um par de engrenagens, ocorrerá em sentidos de rotação diferentes, do eixo de entrada para o de saída.
Até aí, nada além de um conceito básico de mecânica. Se quiser aumentar ou diminuir o torque transmitido, é só alterar a relação de transmissão, que está relacionada ao diâmetro e número de dente de cada roda dentada.
Mas se quisermos apenas inverter o sentido de rotação do eixo de saída, sem alterar o torque entregue é preciso se recorrer a um artifício técnico, que é a inclusão de uma terceira roda dentada, de mesmo diâmetro e número de dentes que as duas que formam o par de engrenagens.
Quando engrenar essa terceira roda dentada, a mesma irá girar no mesmo sentido da roda motora, que é o contrário da roda movida original.
E é assim que o carro se move para trás, graças ao engrenamento de uma terceira engrenagem no eixo de saída do torque para as rodas. Bem pensado, não?
A marcha a ré em carros elétricos: como funciona?
Mas quando vamos para o carro elétrico, não há caixa de transmissão com relações de marchas, mas sim apenas uma pequena caixa de redução que define a composição do torque final que chega às rodas. Mas então, como fica a ré de um carro elétrico?
Bem, a resposta é simples, e ainda mais bem bolada que a solução encontrada em um carro a combustão. Basta apenas inverter a polaridade do motor elétrico. Isso faz com que o rotor do motor gire no sentido contrário, movendo o carro para trás.
Ou seja, em um carro elétrico, a inversão do sentido de movimento para trás não se deve a um dispositivo mecânico, mas sim a um comando eletrônico.
Por que a velocidade da ré é limitada em veículos elétricos?
Mas aí vem um fator interessante. No carro a combustão, a velocidade máxima atingida em marcha a ré é basicamente a mesma da primeira velocidade para frente, já que apenas alteramos o sentido de giro do eixo, e não sua relação de transmissão de torque.
Portanto, o que limita a velocidade em marcha a ré do carro a combustão é a relação de primeira marcha. Ou seja, se o carro chega a 40km/h em primeira marcha, em marcha a ré sua velocidade final será próxima disso.
Já no caso de um carro elétrico não há esse limite mecânico. Um motor elétrico gira a mesma velocidade em um, ou no outro sentido, não importando se o carro está indo para frente ou para trás, mas isso nos leva a um problema. Ninguém quer dirigir de ré a 180km/h, não é verdade?
Por isso, os engenheiros limitam eletronicamente a velocidade de marcha a ré em um carro elétrico, por motivos óbvios de segurança!
Carros híbridos também usam o mesmo princípio?
Sim! No caso de um carro híbrido ocorre a mesma coisa. Como existe um motor elétrico de tração, não faz sentido ter uma marcha a ré por engrenagens, se utilizando o mesmo princípio do carro elétrico.
Observe um fato interessante, é que a ré de um carro híbrido sempre é dada pelo motor elétrico, por isso ele se desloca para trás sempre em silêncio absoluto.
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Ótima matéria sobre marcha ré 👏👏