Carros elétricos realmente são seguros?

Muito tem se falado da segurança de um carro elétrico.
Principalmente com relação aos riscos de incêndios. Nesse artigo vamos ampliar um pouco mais essa visão para você amigo reparador.
Entenda os riscos associados aos carros elétricos
Primeiro ponto é entendermos que algo só é inseguro quando não temos controle sobre ele. A exemplo disso temos a energia nuclear, que sabemos é altamente nociva a vida humana, mas quando bem gerida e controlada é uma forte alternativa energética utilizada por vários países, inclusive o Brasil.
Mas se esse exemplo parece distante, é só pensar em itens do cotidiano:
- Botijão de gás: possui energia suficiente para causar explosões devastadoras se mal utilizado. Por isso, é proibido em veículos automotores.
- Isqueiros: contém energia interna equivalente a uma granada de mão!
- Chuveiros elétricos: podem causar descargas elétricas letais se mal instalados.
A pergunta é: e porque não morremos disso? Simplesmente porque o ser humano aprendeu a controlar o risco, dominando o conhecimento a respeito da tecnologia que está sendo utilizada. E é importante que se entenda isso.
O papel da alta tensão nos veículos elétricos

Trazendo agora essa argumentação para o segmento automotivo, já parou para pensar, que todos os dias rodamos literalmente sentados sobre um reservatório com 50 litros de gasolina? E, em nenhum momento ficamos com medo disso. E olha que fazemos isso há mais de cem anos!
E o motivo é justamente o que já falei acima: a tecnologia e o conhecimento humano eliminam, ou ao menos minimizam, quaisquer riscos potenciais de acidente tornando aquilo que poderia oferecer risco em algo efetivamente seguro. E, com o carro elétrico não é diferente.
As altas tensões com as quais os carros trabalham são necessárias para permitir seu carregamento em tempo hábil, além de proporcionar potência elétrica suficiente para mover os motores que movem o carro. Então, não há como produzir um carro sem utilizar altas tensões.
Por isso, para mitigar possíveis riscos de descargas elétricas, os fabricantes seguem rigorosas normas internacionais que cobrem o uso de altas tensões e correntes elétricas, fazendo uso de materiais isolantes já reconhecidos pela eficiência, assim como os mantém devidamente isolados dos ocupantes do veículo.
Tecnologia e segurança em carros elétricos
Está previsto inclusive a desenergização imediata do circuito de alta tensão em um carro elétrico quando submetido a condições extremas como no caso de um acidente, onde a capacidade de isolamento da linha elétrica possa vir a ser comprometida, eliminando o risco de descargas elétricas.
Quanto à possibilidade de incêndio, é importante que se diga que sim, o eletrólito, que é o elemento líquido que permite a circulação dos elétrons no interior da bateria, é inflamável.
E não só ele oferece risco, mas o próprio Lítio, que é um dos metais utilizados, é altamente reagente quando em contato com o oxigênio, liberando muito calor de forma abrupta.
Esses dois elementos poderiam constituir literalmente uma bomba relógio pronta para explodir a qualquer momento, mas mais uma vez reforça que o conhecimento humano e a tecnologia são capazes de tornar seguros produtos e substâncias que reconhecidamente seriam perigosos de se utilizar.
Os engenheiros sabem que a temperatura é fator principal para a ocorrência de incêndios, e por isso implementam sistemas que:
- Monitoram cada célula da bateria,
- Mantém as baterias na temperatura ideal, prevenindo superaquecimento.
Como funcionam os sistemas de arrefecimento e monitoramento das baterias?
E é aí que entra a eletrônica, que monitora constantemente os níveis de aquecimento da bateria, acompanhando cada célula de forma a mantê-las na temperatura ideal de trabalho, evitando assim que superem o limite de risco para um incêndio.
Somado a esse rigoroso controle eletrônico, há um eficiente sistema de arrefecimento a líquido da bateria, que utiliza um aditivo similar ao usado em motores a combustão, capaz de remover todo o excesso de calor gerado internamente durante não apenas o funcionamento do veículo, mas principalmente no momento do carregamento.
Em alguns carros é utilizado o próprio fluido refrigerante do ar condicionado do veículo com o intuito de tornar o controle da temperatura ainda mais eficiente.
Outro ponto trabalhado pelos engenheiros está na forma eficiente de armazenamento do eletrólito dentro da bateria, que fica retido em finos invólucros de metal nas células, como pequenos sacos achatados, montado entre elementos isolados, que evitam que entrem em curto circuito ao encostarem um no outro. Isso torna a bateria ainda mais segura e pronta para o trabalho por muitos anos.
É importante entender, portanto, que os acidentes seguidos por incêndio só acontecem quando os limites dessa tecnologia são ultrapassados.
Onde por exemplo, em uma colisão muito, mas muito violenta o pacote de baterias fosse literalmente rompido, algo que ainda assim é raro de ocorrer dado a posição da bateria no veículo e seu bom nível de proteção.
Ou, o que é ainda mais raro, se houver falha de fabricação da própria bateria, com inatividade do controle da temperatura, contaminação do eletrólito durante o processo de produção, rompimento do invólucro da célula ou problema no circuito de arrefecimento.
Espero que esse artigo nós possamos ter ampliado um pouco mais o seu nível de entendimento sobre a segurança de um carro elétrico, de forma a torná-lo cada vez mais apto e pronto para atender esses veículos.
Nos próximos artigos traremos mais informações sobre esse importante assunto, que você só encontra aqui no Blog da Tecnomotor!
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